Convocatória
No primeiro semestre do ano letivo 2022/2023, vamos ocupar os secundários e universidades de Lisboa pelo fim aos combustíveis fósseis.
Pedimos a palavra para exigir a ação.
Vivemos em emergência climática. Não podemos continuar à espera de quem nos tem falhado sistematicamente. Temos de ser realistas. Temos de tomar ação agora.
No primeiro semestre do ano letivo 2022/2023, os jovens do movimento por justiça climática vão ocupar centenas de escolas e universidades de todo o mundo sob a bandeira do End Fossil Occupy. Em Portugal, vamos ocupar escolas e universidades pelo fim ao fóssil.
O custo da inação – exploração, uso e importação de combustíveis fósseis – é o custo de milhões de vidas. O custo da inação é o fim da civilização como a conhecemos hoje. Tomar a ação necessária e urgente pelo fim dos combustíveis fósseis e por justiça climática não vai ser fácil, mas é definitivamente mais fácil do que viver em caos climático.
O negacionismo climático do governo Português está a conduzir-nos ao abismo. A ciência é inequívoca. Para ficarmos abaixo da barreira de segurança de 1,5ºC, neutralidade carbónica até 2030 é o único plano realista para Portugal. Não podemos aumentar emissões. Não podemos aceitar novos projetos que aumentam emissões. Não podemos continuar a depender de combustíveis fósseis. O destino das políticas nacionais não pode estar nas mãos de ex-CEOs de petrolíferas e de ministros que deliberadamente ameaçam o nosso futuro – não o permitiremos! Precisamos de uma transição justa agora.
Há três anos começámos a faltar às aulas porque queríamos reclamar o futuro, futuro esse para o qual nos estariam a preparar. Agora, face à inação, ocupamos e perturbamos o funcionamento normal das nossas escolas para gritar alto e bom som que sem o fim aos fósseis não há futuro. Temos de interromper a normalidade para podermos radicalmente mudar tudo. Começamos, então, pelas instituições de ensino, os espaços que a sociedade elegeu para nos projetarmos no futuro. Aprendemos demasiado bem a lição, ocupamo-las por ele. Inspiração não falta, e nos corredores, auditórios e salas de aula ocupados vamos abrir conversas que têm escapado por entre os dedos das instituições de ensino: que futuro com combustíveis fósseis? Como vamos construir as alternativas que queremos? Como vamos transformar a sociedade para torná-la livre de opressões, dentro e fora das escolas e universidades?
O governo não vai parar os seus projetos suicidas se não o fizermos parar, se não pararmos a sociedade. Paramos para avançar. Vamos ocupar para desestabilizar a normalidade até que as nossas reivindicações sejam atendidas: exigimos o fim aos combustíveis fósseis até 2030, e o fim a todos os fósseis no governo, começando peloatual ministro da Economia e do Mar e Ex CEO da petrolífera Partex Oil and Gas, António Costa e Silva.
A força dos estudantes já deu provas de si em momentos determinantes da história, tendo resistido e alterado o status quo. Agora é a nossa vez – temos de mudar tudo antes que tudo mude por nós. As ocupações pelo fim ao fóssil são apenas o início – queremos as nossas reivindicações ouvidas, e desejamos ter toda a sociedade civil a tomar ação, lado a lado.
Vamos ocupar para provar que é possível um mundo novo, livre de fósseis e de opressões, onde a vida esteja no centro. Junta-te a nós!
Apelo Internacional – End Fossil: Occupy!
Esta ação, que em Portugal foi lançada pelo núcleo de Lisboa da Greve Climática Estudantil, surge como resposta ao apelo internacional do “End Fossil: Occupy”.
Entre Setembro e Dezembro de 2022, a juventude do movimento pela justiça climática vai ocupar centenas de escolas e universidades por todo o mundo. Não vamos desistir até conseguirmos o fim da era dos combustíveis fósseis.