1ª Semana
13 de novembro
No primeiro da onda de ações pelo fim ao fóssil aconteceram ações nas faculdades de Psicologia (FPUL), de Belas-Artes (FBAUL), de Ciências (FCUL) e de Letras (FLUL) da Ulisboa, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), na Universidade de Coimbra e nas secundárias Camões e Filipa de Lencastre.
Camões
Os estudantes começaram um protesto penduraram faixas. A direção ameaçou chamar a polícia contra os estudantes.
FCSH
Estudantes da FCSH montaram a sua ocupação, penduraram faixas e tocaram os alarmes de incêndio dos diferentes edifícios da faculdade (Av.Berna) – porque estamos em Estado de Emergência Climática.
Com todos cá fora convocaram uma aula: “Crise Climática”, com docente Daniel Cardoso, da cadeira “Comunicação e Ciências sociais”, que mobilizou a sua turma para esta aula, em colaboração com as estudantes que estão a ocupar.
De seguida, tiveram uma conversa com o professor palestino do ISCTE – Amro Fatayer, sobre o Genocídio que está a acontecer desde 7 de outubro, na Palestina. Vários alunos da faculdade juntaram-se à conversa.
Há meia noite, a direção avisou que ia chamar a polícia para deter as estudantes que estavam a pernoitar na escola. A polícia retirou à força e deteve 6 dos estudantes que iam pernoitar na FCSH.
A suposta “faculdade que luta” mostrou como afinal é completamente intolerante à luta estudantil.
Os estudantes resistiram pacificamente, e foram torturados e insultados pela polícia por não estarem a colaborar.
Enquanto estavam a sair da escola, um dos carros da polícia com uma estudante detida teve um acidente.
A estudante foi levada para o hospital e assistida pelo INEM.
As 6 detidas ficaram na esquadra até às 7h da manhã.
FPUL
Estudantes bloquearam a porta principal. A polícia chegou e obrigou-os a sair. De seguida ocuparam a faculdade com tendas. Uma das estudantes reuniu com o diretor e este disse que se não as tirassem ia chamar a polícia e que a faculdade não é um lugar para protestos.
As estudantes depois bloquearam o anfiteatro e deram uma palestra sobre emergência climática. Já depois do bloqueio ter terminado, a faculdade chamou a polícia para parar com a palestra. Segundo a polícia, “A estudante podia defender as suas causas, mas não dentro da faculdade, e se não saísse ia ser detida”.
FCUL
Estudantes lançam faixas pelo telhado de um dos edifícios da faculdade.
Depois montaram uma exposição informativa.
ISCTE
Estudantes iniciaram a onda de ações com um discurso e uma mega interrupção das aulas para convidar a todis para uma pequena assembleia.
Filipa
O agrupamento de escolas dona Filipa de Lencastre teve a entrada bloqueada pelos estudantes.
ESTC
Estudantes da Escola Superior de Teatro e Cinema fizeram uma manifestação e discurso no telhado da escola.
FBAUL
Estudantes da faculdade de belas artes pintaram as reivindicações nas paredes da faculdade, instalaram faixas nos corredores e pátio e fizeram uma formação em emergência climática + workshop de Capitalismo vs Justiça climática.
FLUL
Estudantes ocuparam o maior anfiteatro da faculdade interrompendo uma aula dada pelo diretor, com a proposta da apresentação de uma palestra sobre a crise climática.
Coimbra
Estudantes anunciaram a onda de ações pelo fim aos combustíveis fósseis segurando uma faixa onde se pode ler “Não há paz até ao último Inverno de Gás” no Paço das Escolas.
Durante a noite colocaram faixas em diversos polos da Universidade de Coimbra.
14 de novembro
FBAUL
Estudantes fizeram uma performance disruptiva durante as aulas acerca do problema do extrativismo.
ISCTE
Estudantes criaram disrupção para chamar pessoas para a manifestação de apoio às colegas detidas na FCSH .
Tribunal
Vigília de apoio no tribunal às 6 estudantes detidas na FCSH.
FCSH
Estudantes convocaram uma manifestação de apoio às 6 ativistas detidas desumanamente na Faculdade. Os estudantes não são complacentes com violencia policial, os estudantes não deixarão que a policia volte à faculdade!
Os estudantes voltaram a tentar passar a noite na faculdade. Foram avisados que a direção estava a ponderar chamar novamente a polícia para os retirar. Mais estudantes juntaram-se para dar força à ocupação, e conseguiram passar a noite!
IST
Estudante do Instituto Superior Técnico pinta loja da Galp.
15 de novembro
ISCTE
Estudantes pintaram um mural nas paredes da instituição e polícia foi chamada ao local, mas o mural ficou!
FPUL
Estudantes dão palestras na faculdade sobre crise climática e desobediência civil e direção chama a polícia. Dezenas de polícias entram na faculdade e acabam por deter 2 delas por darem a palestra e 1 que estava simplesmente a assistir!
Camões
Estudantes fizeram uma performance simbólica de como o sistema fóssil em que vivemos coloca o lucro à frente da nossa vida.
FCSH
As estudantes resistiram mais um dia com força e determinação, mesmo após as várias ameaças que a direção fez de voltar a chamar a policia para as deter, mostrando também a sua solidariedade para com as colegas detidas na FPUL.
Nessa noite, a direção fechou os portões da faculdade antes do horário, impedindo pessoas de entrar e pondo em risco a segurança dos ocupantes. Uma professora e cerca de 20 alunos revoltaram-se com a decisão anti-democrática e exigiram falar com a direção, mostrando que a comunidade estudantil não compactua com a repressão violenta do movimento estudantil.
FBAUL
Estudantes da FBAUL colocaram as suas tendas no pátio para pernoitarem na sua faculdade e o diretor chamou a polícia, que, quando chegou, ameaçou deter toda a gente que se encontrasse dentro do recinto.
As estudantes continuaram a resistir e, enquanto aguardavam, pintaram as paredes, até que o diretor voltou atrás com a sua ameaça e as estudantes conseguiram pernoitar!
16 de novembro
Tribunal
Estudantes realizaram vígilia de solidariedade para com as colegas detidas na FPUL no dia anterior. A caminho da vigília, 3 estudantes foram interpeladas pela polícia, que lhes pediu a identificação.
Coimbra
Estudantes atiram tinta a banner da Universidade de Coimbra onde se lê “Somos a universidade mais sustentável de Portugal e TOP 30 mundial”, denunciando a sua parceria com o Banco Santander.
FCSH
A juventude do Chega foi ao campus da FCSH tentar fazer propaganda contra o movimento climático, mas os alunos receberam-nos com protestos. A direção e os seguranças da faculdade não só tentaram impedir os alunos de expulsar os fascistas, como também chamaram a polícia novamente.
No entanto, a mobilização estudantil foi mais forte e as estudantes conseguiram expulsar os fascistas! Depois fizeram uma barreira no portão para os impedir de voltar, demonstrando que a faculdade é dos alunos, que lutam pelo seu futuro, pelo fim ao fóssil, pelo fim a todas as formas de repressão!
Ainda nesse dia, realizou-se uma assembleia estudantil e pintou-se um mural na fachada da faculdade para denunciar a hipocrisia da direção, que acena a bandeira dos “valores de abril”, mas depois chama a polícia para reprimir movimentos estudantis e proteger fascistas!