São estas as principais conclusões do 8º Encontro Nacional pela Justiça Climática, que contou com mais de 300 participantes e duas dezenas de coletivos e organizações:

  • Lançamento da data do protesto de resistência civil em massa Parar o Gás: no dia 13 de Maio centenas de pessoas vão travar o funcionamento da entrada principal de gás em Portugal – o terminal de Gás Natural Liquefeito no Porto de Sines! Junta-te para lutares por eletricidade 100% renovável e acessível a todas as pessoas em Portugal até 2025.
  • A próxima Greve climática global já tem data! Será dia 3 de Março!
  • As Ocupações pelo fim ao fóssil da primavera lançaram o seu início: estudantes estarão a ocupar partir de dia 26 de Abril, prometendo ocupar o dobro de escolas e levar a luta para fora de Lisboa;
  • 1a ação judicial do Último Recurso contra o estado, baseado no incumprimento da defesa da Lei de Bases do Clima;
  • Foi convocada uma manifestação pela Protejo contra a proposta de construção de mais infraestruturas hidráulicas convencionais no rio Tejo. Acontecerá dia 25 de Março.

10 de Fevereiro | Sessão de Abertura (Atelier A Fábrica, Coimbra)

No dia 10 de Fevereiro mais de 100 pessoas juntaram-se no Atelier A Fábrica, em Coimbra, para a sessão de abertura.

O evento contou com a conversa sobre transportes “Metrobus e Ferrovia em Coimbra”, organizada pelo Ativistas do Movimento Cívico pela Estação Nova (MCEN). Após jantar, contámos com a abertura do evento e disfrutamos ao som de Dj Munay.

11 DE FEVEREIRO

10h: Não serei eu um animal?

sessão organizada pela Frente Ativa pela Libertação Animal

Partindo da perspetiva dos animais não-humanos, foi introduzido o conceito de interseccionalidade da opressão e da dominação, enfatiza as relações entre a opressão de animais não-humanos e a opressão de subgrupos de seres humanos, tais como pessoas sexualizadas ou racializadas.

10h: Democracia Energética

sessão organizada por Ecomood Portugal e Zero

Falando sobre a dependência perigosa no setor energético com as suas consequências na pobreza energética e em infraestruturas e práticas com elevado custo sócio-ambiental, a sessão “Democracia energética” denunciou a necessidade de uma transição justa

Nesta sessão discutiu-se a crise dos preços de energia e como a descentralização e democratização do sistema energético dão resposta à luta com justiça para todas.

10h: Mineração no Mar em 2023

sessão organizada pela Sciaena

A sessão “Mineração no Mar em 2023” contou com uma conversa sobre como a indústria mineira tem aumentado a pressão para que se desenvolva o código que vai permitir iniciar esta atividade pela primeira vez na história da Humanidade e, aproxima-se, este ano, o momento em que isto pode finalmente ter início.


11h45 Plenário: Porquê Atirar Sopa a Quadros?

sessão com a presença de ativistas de Letzte Generation, Make Them Pay e Scientist RebellionGreve Climática LisboaParar o Gás e Abolir Jatos Privados

No plenário “porquê atirar sopa a quadros?”, procurámos responder às questões de porque é que ações mais radicais são necessárias, qual o impacto de tais ações no movimento, quais algumas aprendizagens feitas durante este último ano, e quais os próximos passos. Para isto, tivemos presentes no plenário a Inês da campanha Make Them Pay, o Karim de Letzte Generation, Ru de Scientist Rebellion, Noah de Abolir Jatos Privados, Teresa da Greve Climática Lisboa e Beatriz da Plataforma de Ação Parar o Gás.

Da perspetiva internacional do movimento, Inês falou-nos sobre as inovações táticas e narrativas da campanha Make Them Pay em relação ao tópico da aviação, e afirmou que podemos esperar novas ações da campanha em breve. Karim falou-nos sobre porque é que o seu grupo está a atirar sopa (ou puré de batata) a quadros, e da importância de desmantelar o sistema através de ações radicais pacíficas. Ru falou-nos da inovação no movimento de ter cientistas a tomarem ação mais radical, do impacto disso, e anunciou como próximo passo a rebelião global de Scientist Rebellion para Abril de 2023.

Quanto à perspetiva nacional, Noah falou-nos da importância de radicalizar as nossas táticas e ações acerca da aviação, destacando como próximos passos tornar com as suas ações diretas inviável andar de jatos privados. Teresa da GCE Lisboa falou sobre porque é que as greves às aulas já não são suficientes e o papel dos estudantes em radicalizar o movimento, destacando como próximos passos a greve climática global de dia 3 de Março, às 10h, a partir da Alameda, e as ocupações estudantis da primavera, a começar dia 26 de Outubro em vários pontos do país e em pelo menos 12 escolas. Beatriz da Plataforma Parar o Gás falou-nos sobre o que precisamos de fazer para parar com o gás fóssil e porque é que isso requer radicalizar as nossas táticas, apontando como próximos passos a ação mais criativa e disruptiva que no dia 13 de Maio vai travar o funcionamento da entrada principal de gás fóssil em Portugal – o terminal de GNL no Porto de Sines. Tanto as ações da GCE Lisboa, como as de Parar o Gás reivindicam o fim aos combustíveis fósseis e 100% eletricidade renovável e acessível para todas as famílias até 2025.

15h30: Hoje é o último dia com Gás. E agora?

sessão organizada pelas campanhas Gás é Andar para Trás e Empregos para o Clima

Num exercício de ficção cientifica em que nos deparámos com a notícia de que o gás é venenoso e em que a sociedade tem de parar o uso dos combustíveis fósseis, tivemos uma conversa organizada por Gás é andar para trás e Empregos para o Clima, onde vários investigadores e técnicos procuraram responder a dúvidas que explicassem como seria essa situação.

15h30: Justiça Climática para quem e qual o papel das mulheres nas respostas à Emergência Climática?

sessão organizada por Youth Climate Leaders e UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta

A partir da mediação, as oradoras apresentaram a importância da discussão de género na emergência climática, trazendo para a mesa a discussão da razão das mulheres (principalmente as periféricas e de áreas menos favorecidas) serem as mais impactadas com a emergência climática.

Com a participação de Heloise Barbosa, especialista no tema de justiça climática e direito das mulheres e a médica Lara Pinheiro Guedes que se dedica à saúde pública e atualmente investiga o impacto da poluição na saúde humana, tivemos uma sessão técnica sobre as causas-efeitos da crise climática e o papel das mulheres neste processo.

15h30: Transição Agrícola: uma questão de transição energética

sessão organizada por ProTejo

Na sessão “Transição Agrícola: uma questão de transição energética” a Protejo, com a presença de Rui Cortes, professor da UTAD, apresentaram-nos as várias consequências do setor agropecuário, responsável por 25% a 30% das emissões de GEE e um dos principais responsáveis pela perda da biodiversidade, consumo de água excessivo e com forte dependência nos combustíveis fosseis. A conversa acabou com o lançamento da Manifestação da Protejo contra a proposta de construção de mais infraestruturas hidráulicas convencionais no rio Tejo, dia 25 de Março.

17h20: Neocolonialismo e Justiça Climática

sessão organizada por Scientist Rebellion Portugal e AmbientalIST

A campanha Debt for Climate exige que a dívida do Sul Global seja imediatamente perdoada. Esta é gerida por países do Norte Global que a usam para manter soberania sob os mais vulneráveis, perpetuando forças neocoloniais. Falou-se também como Portugal é um caso especial por ter sido uma grande potência mundial mas estando na periferia da Europa, é agora explorado por indústrias extrativistas que não mostram melhores condições que as restantes. Ficou o apelo à cooperação entre movimentos locais para lutarem por justiça laboral e climática.

17h20: como pode a sociedade responder aos incêndios catastróficos?

Numa simulação em que as áreas florestais se encontram em chamas, fomos convidados a pensar que tipo de organização, evento e ação permitiriam às pessoas comuns e à sociedade reagir e travar incêndios futuro.

17h20: Power to the People: o poder da participação pública, da pressão social e dos mecanismos legais na luta pela Justiça Climática

sessão organizada por Um Coletivo e Último Recurso

A igualdade no acesso ao poder é fundamental para a construção de uma sociedade mais plural e democrática, capaz de enfrentar eficazmente a crise climática. Apresentando vários diferentes formatos de participação política, a Último Recurso e UM COLETIVO uniram-se para apresentar de que forma se podem usar os mecanismos do sistema ser utilizados contra o próprio sistema, para construir um futuro alternativo melhor para todas.

19h00 Plenário Final

Depois de 10 sessões em que cada uma de nós pode no máximo participar em quatro, voltámos ao plenário para ouvir as conclusões das sessões e os próximos passos do movimento.

12 DE FEVEREIRO: DIA INTERNO

Fizemos uma sessão sobre as ocupas com as ativistas de Coimbra que vão ocupar, e com pessoas não estudantes que querem saber como podem tomar ação connosco!

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