10H, ALAMEDA
MANIFESTO
percurso
Neste 3 de março, às 10h a partir da Alameda, estudantes, profissionais de educação, trabalhadores e cidadãos vão marchar pelo fim aos combustíveis fósseis e pela democracia energética, como parte da greve estudantil global convocada pela Fridays For the Future.
Durante este último ano, vimos o custo das nossas vidas aumentar, deixando muitas pessoas sem conseguirem comprar comida ou pagar as nossas rendas. Vimos também inúmeras catástrofes, cada vez mais frequentes e severas, a acontecer pelo mundo. Entretanto, as petrolíferas registaram lucros recordes.
As mesmas petrolíferas que viciaram a nossa economia nos combustíveis fósseis, colocando-se em todos os passos da cadeia de abastecimento, aumentaram os preços da energia e, portanto, da vida, e estão agora a lucrar com a nossa precariedade e com a destruição do planeta.
Em novembro do ano passado, ocupámos as nossas escolas e faculdades, exigindo que o governo acabasse com a indústria fóssil que nos está a levar ao colapso, ao fim da civilização como a conhecemos. O governo ignorou este apelo, continuando a defender os interesses privados destas empresas.
Se queremos que os combustíveis fósseis acabem, temos que ser nós a pará-los. Mas não o conseguimos fazer sozinhas. As estudantes são apenas uma parte do movimento que se assegurará do fim dos combustíveis fósseis e do nosso futuro. Toda a sociedade tem que se mobilizar para impedir o funcionamento das petrolíferas e assegurar a nossa sobrevivência.
Sabemos que a única solução à crise do custo de vida e à crise climática passa por um sistema de eletricidade renovável e acessível para todas as pessoas. Um sistema que reconheça que o gás é tão natural como a extinção. Um sistema onde os bens essenciais à vida, como a energia, não sejam comercializados. Um sistema público e democrático, que coloque as pessoas à frente, não o lucro.
Por isso nos mobilizamos agora nesta greve de estudantes, exigindo novamente o fim aos fósseis, inclusive o gás fóssil, até 2030, e eletricidade 100% renovável e acessível para todas até 2025.
Mas sabemos que não podemos ficar por aqui, sabemos que não basta apenas marcharmos por um futuro digno porque o governo e as empresas não se estão a mostrar capazes de enfrentar a crise climática, pondo os lucros acima das nossas vidas. Sabemos que para atingir estas reivindicações precisamos de nos mobilizar massivamente para parar a normalidade que nos encaminha para o colapso. Por isso vamos voltar a ocupar a partir de dia 26 de Abril, apelando a toda a sociedade para que tome ação connosco para parar o colapso climático, pelo fim aos fósseis, e por um presente e futuro dignos.