Camila Lobo, Doutoranda em Filosofia na NOVA FCSH
Catarina Bio, estudante de Direito da Greve Climática Estudantil
Artigo originalmente publicado no Expresso
Hoje, terça-feira, num contexto de um levantamento estudantil internacional, nós e várias outras estudantes portuguesas ocupámos a Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa para exigir um fim ao genocídio em Gaza e um fim ao sistema fóssil. Juntamo-nos assim às várias faculdades europeias a ocupar sob o mote “End Fossil, End Genocide”. Estas reivindicações, aparentemente distintas, representam uma luta comum: o fim de um sistema que coloca o lucro acima das pessoas.
O genocídio em curso na Palestina é a derradeira expressão do projeto colonial sionista. A indústria fóssil está intimamente ligada à perpetuação de regimes de dominação colonial. O controlo e a exploração de recursos fósseis são das principais causas de grande parte das guerras e genocídios contemporâneos, habitualmente criados ou alimentados pela própria indústria fóssil que lucra diretamente com eles. Em Gaza, já mais de 34.000 pessoas foram massacradas e mais de 76.000 feridas às mãos do estado de Israel com o apoio da indústria de armamento ocidental. Neste momento, 1.5 milhões de Palestinianos estão encurralados em Rafah, sujeitos aos bombardeamentos e invasão terrestre do exército sionista.
A natureza colonial e orientação expansionista do estado de Israel servem os interesses imperialistas do Ocidente e do lucro. A ocupação da Palestina, com a cumplicidade da comunidade internacional, esteve sempre ligada à exploração de recursos fósseis: são conhecidos os interesses do império britânico na exploração de carvão aquando do seu mandato na Palestina, uma história que se repete nos dias de hoje com os projetos de exploração de gás na Palestina pelo estado sionista e seus parceiros internacionais. De facto, apenas três semanas após o início do massacre em Gaza, Israel anunciava já novos projetos de exploração de gás fóssil na costa de Gaza.
Este mesmo sistema, que coloca o lucro acima da vida, é o mesmo que produz a crise climática. Se não abandonarmos os combustíveis fósseis nos prazos da ciência – ou seja, se não garantirmos o fim ao fóssil até 2030 – iremos passar vários pontos de não-retorno que irão selar a morte de centenas milhões de pessoas. A falta de água, o calor extremo, o colapso das colheitas, e as catástrofes climáticas extremas, que já são enfrentadas por várias populações, serão também o nosso dia-a-dia.
Enquanto tudo isto acontece, os governos e as instituições que nos deveriam representar ignoram e exacerbam estas crises e mandam-nos estudar para um futuro que não vamos ter, enquanto assistimos ao massacre de milhares de estudantes como nós. As instituições estão a escolher condenar o futuro de todos. Perante a sua total inação, resta-nos escalar e agir.
A justiça climática não se concretizará sem justiça para a Palestina. A libertação da Palestina exige o fim do colonialismo fóssil e de todas as formas de opressão, extração e exploração imperialista. E a vida de todos, de Lisboa a Gaza, depende do fim ao fóssil até 2030.
O genocídio em curso na Palestina é a derradeira expressão do projeto colonial sionista. A indústria fóssil está intimamente ligada à perpetuação de regimes de dominação colonial. O controlo e a exploração de recursos fósseis são das principais causas de grande parte das guerras e genocídios contemporâneos, habitualmente criados ou alimentados pela própria indústria fóssil que lucra diretamente com eles. Em Gaza, já mais de 34.000 pessoas foram massacradas e mais de 76.000 feridas às mãos do estado de Israel com o apoio da indústria de armamento ocidental. Neste momento, 1.5 milhões de Palestinianos estão encurralados em Rafah, sujeitos aos bombardeamentos e invasão terrestre do exército sionista.
A natureza colonial e orientação expansionista do estado de Israel servem os interesses imperialistas do Ocidente e do lucro. A ocupação da Palestina, com a cumplicidade da comunidade internacional, esteve sempre ligada à exploração de recursos fósseis: são conhecidos os interesses do império britânico na exploração de carvão aquando do seu mandato na Palestina, uma história que se repete nos dias de hoje com os projetos de exploração de gás na Palestina pelo estado sionista e seus parceiros internacionais. De facto, apenas três semanas após o início do massacre em Gaza, Israel anunciava já novos projetos de exploração de gás fóssil na costa de Gaza.
Este mesmo sistema, que coloca o lucro acima da vida, é o mesmo que produz a crise climática. Se não abandonarmos os combustíveis fósseis nos prazos da ciência – ou seja, se não garantirmos o fim ao fóssil até 2030 – iremos passar vários pontos de não-retorno que irão selar a morte de centenas milhões de pessoas. A falta de água, o calor extremo, o colapso das colheitas, e as catástrofes climáticas extremas, que já são enfrentadas por várias populações, serão também o nosso dia-a-dia.
Enquanto tudo isto acontece, os governos e as instituições que nos deveriam representar ignoram e exacerbam estas crises e mandam-nos estudar para um futuro que não vamos ter, enquanto assistimos ao massacre de milhares de estudantes como nós. As instituições estão a escolher condenar o futuro de todos. Perante a sua total inação, resta-nos escalar e agir.
A justiça climática não se concretizará sem justiça para a Palestina. A libertação da Palestina exige o fim do colonialismo fóssil e de todas as formas de opressão, extração e exploração imperialista. E a vida de todos, de Lisboa a Gaza, depende do fim ao fóssil até 2030.