Exigimos que seja implementado um plano que garanta a transição nos prazos da ciência, na semana em que a ONU avisou que temos de começar a implementar estes planos durante os próximos dois anos.

Fomos ocupar o Ministério do Ambiente com um protesto de “sit in” no átrio do edifício, sentados no chão e unidos por tubos metálicos. Recusámo-nos a sair até que a Ministra do Ambiente se comprometa a garantir o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e levámos connosco um plano que pode garantir uma transição justa nestes prazos, para apresentarmos a Maria da Graça Carvalho.

Em vez de nos ouvirem, escolheram novamente reprimir estudantes que apenas estão a lutar pela sua vida. Quinze minutos depois, os estudantes já estavam a ser algemados, tendo sido detidos e retirados em carrinhas da polícia. No exterior do Ministério, mais estudantes também se manifestavam pacificamente, em solidariedade, quando foram abordados por dezenas de polícias e forçados a entrar na garagem do edifício, onde foram obrigados a identificar-se, sem justificação, antes de serem libertados, um a um.

Nós não queríamos estar nesta posição, mas não temos outra opção. Aprendemos que precisamos do fim aos fósseis até 2030. A ONU ainda esta semana avisou que temos dois anos para criar e começar a implementar os planos necessários. Mas o governo continua sem ter um plano para garantir o fim ao fóssil nos prazos da ciência, mesmo depois de já lhes termos várias vezes apresentado um plano de como o podem garantir. Não podemos consentir com a nossa condenação por um governo que se recusa a enfrentar a realidade climática.

O plano que levavamos é um relatório da campanha de “Empregos para o Clima“, uma proposta e plano político que procura responder às crises climática e social de uma forma justa e compatível com a ciência climática. Produzido por um trabalho coletivo de académicos, sindicalistas e ambientalistas, defende e demonstra como é possível reduzir as emissões nacionais de gases com efeito de estufa em 80-90%, criando 200 mil a 250 mil novos postos de trabalho.

Já entregámos em ações passadas este relatório a vários ministérios, ministros e sedes de partidos. Se até agora nos têm ignorado, não temos escolha senão ir diretamente às instituições de poder, de forma a que não nos possam ignorar. Não agir era consentir com a nossa condenação em nome do lucro. Estivemos a ocupar pacificamente este Ministério, para que tenham de ouvir o plano da ciência e da justiça. A escolha é da Ministra: vai escolher garantir a nossa sobrevivência? De qualquer forma, nós iremos continuar a lutar, pois não podemos desistir da luta pelas nossas vidas.

Apelamos a que toda a sociedade se junte a nós para não dar paz às instituições numa marcha combativa por justiça climática, dia 8 de Junho. Convocamos esta marcha até ao Gabinete de Representação do Parlamento Europeu em Portugal, que representa a inação das instituições europeias em lidar com a maior crise que a humanidade já enfrentou.

Nos 50 anos do 25 de abril, somos detidos por reivindicar pacíficamente o nosso futuro. Se queremos garantir a nossa liberdade e direito à vida, precisamos que todos se juntem a esta luta. Dia 8 de junho, venham mostrar que, tal como nós, estão do lado certo da história!

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