Durante este último ano, vimos o custo das nossas vidas aumentar, deixando muitas pessoas sem conseguirem comprar comida ou pagar as nossas rendas. Vimos também inúmeras catástrofes, cada vez mais frequentes e severas, a acontecer pelo mundo. Entretanto, as petrolíferas, como a Galp ou a EDP, registaram lucros recordes.
As mesmas petrolíferas que viciaram a nossa economia nos combustíveis fósseis, colocando-se em todos os passos da cadeia de abastecimento, aumentaram os preços da energia e, portanto, da vida, e estão agora a lucrar com a nossa precariedade e com a destruição do planeta.
Em novembro do ano passado, fizemos história, ocupando dois secundários e quatro universidades durante uma semana, exigindo que o governo acabasse com a indústria fóssil que nos está a levar ao colapso, ao fim da civilização como a conhecemos. O governo ignorou este apelo, continuando a defender os interesses privados destas empresas.
A crise climática e a crise de custo de vida têm a mesma origem: a dependência dos combustíveis fósseis, em particular o gás fóssil. Em Portugal, o gás fóssil é utilizado principalmente para produzir eletricidade. A única forma de cortar emissões é cortando os lucros das petrolíferas acabar com o uso dos combustíveis fósseis de vez, até 2030. Para isto, e porque energia e um planeta habitável são um direito, precisamos de 100% de eletricidade renovável e acessível para todas até 2025.
Por estas duas reivindicações e porque não podemos ficar paradas enquanto vemos os governos e as petrolíferas a roubarem os nossos presentes e futuros, a partir de dia 26 de Abril, voltamos a ocupar em Portugal, ao mesmo tempo que centenas de escolas por todo o mundo.
Vamos levar a nossa luta a mais escolas e a mais pontos do país, comprometendo-nos a ocupar pelo menos o dobro de escolas/universidades no próximo semestre e a organizar pelo menos uma destas ocupações fora de Lisboa.
Mas da mesma forma que no passado a sociedade se juntou aos estudantes nas lutas pelos direitos que hoje damos como garantidos, não podem ser só estudantes a lutar pelo fim aos fósseis, pois esta é a luta pela vida de todas nós.
Com estas ocupações de secundários e universidades, vamos criar disrupção no business-as-usual da sociedade para gritar que a nossa casa está a arder. Vamos fechar escolas e universidades para que as nossas reivindicações sejam ouvidas, provando ao mesmo tempo que outro mundo é possível. Ao mesmo tempo, sabemos que precisamos de toda a sociedade a tomar ação radical connosco para pôr fim ao fóssil. Nestas ocupas, vamos apelar a todas as pessoas para tomarem ação radical connosco para acabar com a economia fóssil e assegurar justiça climática.
Porque todas nós precisamos de criar “disrupção para parar com a destruição”, ocuparemos até que 1500 pessoas se comprometam a tomar ação direta e radical connosco contra a crise climática, comprometendo-se a participar no protesto da plataforma de ação Parar o Gás, dia 13 de Maio, na principal entrada de gás fóssil em Portugal – o porto de Sines -, por 100% de eletricidade renovável e acessível para todas as famílias até 2025.
A tarefa que temos pela frente é aterrorizadora, mas temos de encontrar a coragem dentro do susto e lutar pelas nossas vidas. Como Rosa Parks, Martin Luther King, ou Emmeline Pankhurst, estamos do lado certo da história.
Se quiseres estar do lado certo da história connosco, preenche este formulário, comprometendo-te a participar no protesto coletivo de resistência civil de Parar o Gás, dia 13 de Maio, em Sines.