Cristiano Mourato
Aprendemos com a história que não existe outra forma de fazer frente aos grandes responsáveis pela crise social que através da disrupção. É necessário disrupção para enfrentar verdadeiramente as grandes corporações, que são as grandes responsáveis pela crise social que vivemos. É tempo de nos unirmos para fazer frente aos lucros históricos destas empresas e exigirmos mais justiça social. Por isso estarei dia 13 de maio em Sines para agir convosco.
Graça Castanheira
Publicado no Público, a 7 de Maio de 2023.
Decorre o mês de Maio, é noite e faz um calor de verão lá fora. Vivemos as primeiras ondas de calor consecutivas, as primeiras primaveras perdidas, os primeiros dias do futuro. Procuramos razões velhas para que as coisas não adquiram contornos tão nítidos assim: oscilações de calor sempre as houve; um mês de abril seco não é novidade. Já não é legítimo pensar assim, escapando com evasivas consecutivas a uma realidade dolorosa: o clima mudou e, prevê a ciência climática, vai continuar a mudar.
A climatologia opera a partir de simulações computacionais complexas que colocam os sistemas terrestres em correlação, obtendo previsões com alto valor probabilístico. É a partir dos modelos assim encontrados que hoje conseguimos saber tanto sobre o clima que aí vem. Antes da computação, qualquer capacidade deste tipo era reservada àqueles que olhando para o céu sabiam se amanhã ia chover ou que, baseando-se na astrologia, se dedicavam à arte de prever acontecimentos de todo o tipo. Talvez este passado, baseado no empirismo, de pendor mágico, limite o entendimento do que é a climatologia. Encaramo-la ainda com alguma suspeita, como se as previsões que faz não passassem de profecias de Nostradamus — e, no entanto, estamos hoje a viver realidades climáticas previstas há dez anos.
Também vem do passado a ideia de um planeta infinitamente explorável, onde a acumulação desmesurada de capital era por muitos vista como lamentável, mas, ainda assim, consentida. No momento atual, em que finalmente a Terra se nos revela finita e sensível, estas práticas de arrecadamento são escandalosas e chocam com os interesses da humanidade e restantes seres vivos. É com igual dificuldade que aceitamos o diagnóstico, a causa a montante das alterações climáticas, que é também bastante dura: o capitalismo extrativista, assente na lógica do lucro, trouxe-nos até aqui.
Afirma a Agência Internacional de Energia que “os altos preços da energia estão a causar uma enorme transferência de riqueza dos consumidores para os produtores. Os preços altos dos combustíveis são responsáveis por 90% do aumento dos custos médios da geração de eletricidade a nível global, com o gás natural à cabeça, sendo responsável por mais de 50% do aumento.”
O sistema político, no seu conjunto, continua de costas voltadas para o problema, entretido que anda com os seus próprios jogos de poder. Estamos todos, hoje, capturados pelos interesses comerciais da indústria fóssil, gente rica, cujo sentido de privilégio conduz à burrice de comprometerem o destino de todos, incluindo o seu próprio. É chegado o momento de chamar o privilégio à pedra.
No dia 13 de maio participo na ocupação do Terminal de Gás Natural Liquefeito no Porto de Sines, principal entrada de gás em Portugal. Junto-me ao movimento Parar o Gás, num gesto deliberado de desobediência: “Um protesto criativo e disruptivo de resistência civil”, lê-se no site da plataforma. E acrescenta: “Em Portugal não há qualquer plano para acabar de utilizar gás fóssil até 2040. Os planos que os sucessivos governos apresentam, se forem cumpridos — que não estão a ser —, põem-nos acima dos 1,5°C de aumento de temperatura antes de 2040. A União Europeia declarou o ‘gás natural’ como uma energia ‘verde’, permitindo às empresas fósseis desviarem fundos que deveriam ir para uma transição justa e continuar o seu greenwashing. As instituições não estão a proteger as pessoas nem a salvaguardar a nossa segurança.”
Lamentavelmente, é tudo verdade. Vemo-nos em Sines.
Danilo
13 de Maio Vou Estar Logado Em Sines Sim e Ponto Final.
Nós Somos Consciência, Luta E Resistência.
Os Vossos Lucros Versus
O Nosso Clima.
Porquê?
É Impossível Ficar Parado A Assistir Os Crimes Ambientais E Sociais Praticados Por “Meia Dúzia”
“Meia Dúzia” De Empresas
“Meia Dúzia” De Pessoas Que Corrompem Governos E Que Não Param De Crescer Com Lucros De Bilhões Ao Mesmo Tempo Que:
1- Destroem O Planeta Terra, Isto Já Sem Falar De Todo O Lixo Espacial Etc…
2- Matam Pessoas, Animais, Plantas, Destroem Faunas Etc..
3- É Uma Responsabilidade Cívica E Social Marcarmos Presença E Apelaramos À Mobilização Do Máximo De Pessoas Que Consigamos Envolver.
Não Estamos A Falar De Uma Luta Nacional, Estamos A Falar De Uma Luta À Escala Mundial, Pois Um Crime Aqui Em Portugal Tem E Continuará A Ter Impactes Ambientais etc… Em Todo O Mundo.
Tal Como Uma Vitória Aqui Inspirará Milhões De Pessoas De Forma Vitálicia E Com Repercussões Incalculáveis No Espaço, No Tempo, Na Sua Dimensão etc…Pelo Menos Enquanto Existirmos.
Pelo fim dos Combustíveis fosséis até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível para todas as pessoas até 2025.
A Maior Parte Dos Desestres Ambientais Terão De Ser Erradicados Antes Do Seu Ínicio E, Há Formas De O Fazer E Nós Sabemos Como Fazer.
Por Mim
Por Ti
Por Todos Os Seres Vivos Em Geral.
– Danilo Moreira, Presidente Do Stcc,tás logado? e Activista Social (Activismos Diversos). Trabalhador Em Call Center, Formador E Antigo Aluno do Liceu Camões:)))
Miguel Belbut Gaspar
A emergência climática que vivemos é apenas um ponto de partida – um aquecimento de proporções muito acima daquilo a que nos podemos adaptar, que estamos a verificar objectivamente.
Inevitavelmente, trará consigo muito mais que um clima diferente; uma miríade de crises simultâneas, com impactos devastadores:
escassez alimentar, crise económica global, agravamento de conflitos, perda de biodiversidade, etc., tudo isto afectando de forma particular milhares de milhões em regiões ou classes já mais vulneráveis, multiplicando as já gritantes desigualdades.
Como cientista e cidadão, sei que o meu trabalho para o progresso da nossa sociedade não é compatível com a continuação da exploração de combustíveis fósseis.
A transição, que devíamos ter começado de forma justa e sustentada há décadas, é agora urgente e inadiável. Sei também que é perfeitamente possível – embora tardia.
Não podemos deixar o nosso futuro nas mãos de um bando de psicopatas que detêm um pretenso poder baseado na destruição do que é de todos nós.
Todas as lutas por progresso social, justiça, solidariedade entre povos, dependem desta luta pelo fim da destruição irresponsável do planeta em nome do lucro para alguns.
Teremos o futuro que construirmos. É por isso que temos de sair do nosso conforto e ser reivindicativos. É a nossa obrigação para com os milhões que sofrem já hoje os impactos que produzimos, e a nossa oportunidade de garantir um mundo melhor para nós e para os nossos filhos.
Raquel Nunes
Travar a degradação ambiental porque os fenómenos climáticos vão provocar cada vez mais miséria de todo o género.
Ru
Comprometo-me a participar na ação, porque…
o Porto de Sines, com a sua utilização atual e expansão prevista, é incompatível com a vida e está a contribuir para o aumento das secas, cheias e da destruição dos nossos ecossistemas. Estou a defender-me a mim própria e sei que temos muito mais poder quando agimos em conjunto. Participa connosco e denuncia os crimes das industrias fósseis!