Lützerath não será esquecido, mas também não será chorado. Será a faísca que nos impulsionará com mais determinação e força para acabar com o sistema fóssil e vencer a luta das nossas vidas.
O que assistimos nos últimos dias foi completamente colossal. Na Alemanha foi travada a batalha final por Lützerath. Esta vila ocupada, que impedia a expansão de uma mina de carvão a céu aberto com a ocupação que decorria há mais de 2 anos foi evacuada no início desta semana, deixando no processo bem claro que a vida tem muito menor importância para o governo do que o lucro. Primeiramente, é inconcebível e inaceitável o extremo a que o sistema fóssil aliado com as grandes empresas conseguem chegar, que vimos claramente com a violência policial, que agrediu, que assediou, que abateu árvores com pessoas ainda em cima delas, que destruiu completamente e arrasou um sítio criado por pessoas que não tinham outra intenção senão salvaguardar a vida humana.
Não perdoamos.
Por outro lado, aquilo a que assistimos por parte do movimento de justiça climática foi arrebatador. Milhares de pessoas dirigiram se à vila, foram agredidas, foram detidas, puseram a sua vida em risco. Protestaram nas suas cidades, nos seus países frente às embaixadas, mostraram solidariedade mesmo noutros continentes. Este é o movimento de justiça climática de hoje: destemido, determinado, unido e mais indignado que nunca. O que Lützerath nos mostrou foi uma prova de coragem que não pode ser medida em palavras.
Não esquecemos.
Lützerath foi despejado. A Alemanha caminha assim para esgotar o seu orçamento de carbono até 2030 e para ultrapassar o aumento de 1.5°C de aquecimento global. As coisas não aparentam estar a melhorar, mas a luta não acaba aqui. A coragem com que a sociedade lutou mostra que não podemos desistir, e que não estamos sozinhas.

Um à parte?

Ativistas da GCE estiverem em Lützerath, tanto meses antes como agora durante o despejo. Lá foram recebidas e acolhida e esta luta é mais pessoal por isso também. A nossa casa está a arder, e o fogo não está tão longe da vista assim.

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