Esta sexta-feira saímos mais uma vez às ruas, centenas de pessoas marcharam em direção ao ministério da economia para condenar a inação política num contexto de crise climática. Hoje, saímos às ruas para exigir o futuro a que temos direito e denunciar os projetos suicidas do governo, assentes numa economia fóssil que põe o lucro à frente das pessoas.
Por volta das 11h já se fazia sentir a energia contagiante das dezenas de pessoas que se encontravam na Praça José Fontana, que carravam consigo faixas, pancartas e cartazes, gritando em alto e bom som pelo Fim aos fósseis, exigindo ação.
A manifestação partiu às 11h15 da praça José Fontana, e dirigiu-se até à porta do Liceu Camões, onde um grupo de estudantes ativistas do Liceu tentou entrar na escola secundária para chamar mais estudantes, tendo sido, no entanto, bloqueado o acesso a estes estudantes pela polícia, que ativamente impediu que os mesmos se manifestassem e entrassem na escola Secundária. À porta do liceu a energia era muita com as duas centenas pessoas que gritavam por “Estudante sai à rua, esta luta também é tua”, enquanto se juntavam dezenas de estudantes do Liceu Camões. Seguimos caminho até ao ministério da economia, um dos centros decisivos de políticas que nos encaminham para o colapso climático e civilizacional, sendo que é aqui que está o centro das operações petrolíferas. Pelo caminho, a manifestação passou pelo Rossio, onde, na Praça D. pedro V, estava estendida uma faixa “Fim ao fóssil: Fora Costa e Silva”. Não podemos deixar que a nossa economia seja liderada por barões do fóssil como o nosso atual ministro da economia e do mar António costa e Silva, um ex CEO da Partex Oil and Gas .
Prosseguimos até ao Ministério da Economia, com a força dos estudantes. Onde, na praça Luís de Camões, fomos bloqueados pela polícia que travou a chegada da manifestação até à porta do ministério. Vive-se em democracia, mas não se pode manifestar em frente aos ministérios, reafirmando-se assim uma verdade incontestável: a polícia protegerá sempre os interesses políticos vigentes.
Ao chegar Praça Luís de Camões encontrava-se erguida uma plataforma petrolífera em representação da economia fóssil, Junto da qual se iniciaram as intervenções. Em primeiro lugar interveio a ativista Matilde Ventura, da GCE que clarificou o porquê desta manifestação: Este é o tempo das nossas vidas, temos de agir! Esta intervenção foi seguida da destruição coletiva da plataforma petrolífera, na qual os estudantes penduraram faixas e cartazes alusivos aos próximos passos do movimento para travar a crise climática.
De seguida, a ativista Teresa Núncio, da GCE, discursou sobre o próximo passo do movimento: Ocupas pelo fim ao fóssil que tomarão lugar a partir de 7 de Novembro a nível internacional. A mensagem é clara: Temos de nos radicalizar. Não deixaremos que a economia fóssil nos leve ao colapso climático e civilizacional, e, por isso, ocupamos pelo fim aos fósseis até 2030 e pelo fim aos fósseis no nosso governo.
Intervieram também dois ativistas do Climáximo e Scientist Rebellion que, juntamente com a ocupa levarão a cabo ações para pôr fim aos combustíveis fósseis durante este Outono, apelando a mais ação.
Dia 23 de Setembro, na Greve Climática global, os estudantes deram novamente provas de si. Não nos vão calar! Com o escalamento visível da crise climática, escalamos também a nossa resposta. Exigimos um futuro livre de fosseis onde a vida seja posta acima do lucro, quanto a isso, assumimos a ação. Levaremos a cabo o nosso futuro e ocuparemos a partir de 7 de Novembro as nossas escolas e universidades garantindo que este é possível.