No início do próximo ano letivo, os estudantes das escolas e universidades portuguesas unir-se-ão na luta pelo fim dos combustíveis fósseis, ocupando as suas instituições até serem ouvidos. Os cientistas dizem-nos que as consequências mais devastadoras das alterações climáticas não poderão ser evitadas se continuarmos no rumo atual da sua exploração e utilização. Como estudantes, exigimos uma mudança radical do sistema que vá ao encontro das necessidades do planeta e das pessoas, antes que seja tarde de mais.

            Quando chegamos ao Instituto Superior Técnico, dizem-nos sempre que chegámos à melhor faculdade de ciência e engenharia do país. A engenharia deve estar sempre ao serviço do progresso, mas não só do progresso tecnológico: do progresso social e humano acima de tudo. A exploração destrutiva e violenta de combustíveis fósseis é responsável por inúmeras atrocidades de direitos humanos por todo o globo e a sua utilização está a ter um impacto profundo e potencialmente irreversível no nosso planeta. Isto não é progresso, e não é esse o mundo que sonhamos construir quando entramos nesta faculdade. Como cientistas que somos, entendemos plenamente a realidade das alterações climáticas, bem como a sua origem antropogénica, e por isso não podemos baixar os braços. Se o governo pretende menosprezar este problema, cabe a nós levá-lo para a linha da frente e mostrar que a crise climática não pode ser ignorada!

            Por tudo isto, vamos ocupar a nossa faculdade, o Instituto Superior Técnico, palco centenário de conflitos políticos e sociais como a resistência ao Estado Novo na Crise de 1962, para o colocar de novo na História como local de construção de um mundo melhor.  Seremos a voz da razão, a voz da ciência e a voz do verdadeiro progresso. Ocuparemos a nossa escola, aliados a colegas pelo resto do país, por um futuro justo e sem exploração de combustíveis fósseis!

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