No próximo ano letivo vamos ocupar as escolas e universidades da nossa cidade com um objetivo muito claro: o fim à exploração de combustíveis fósseis. O sistema atual assenta na destruição violenta e irresponsável da nossa Terra e está a encaminhar-nos a todos para o colapso total. Já entendemos a incapacidade do governo e das instituições em que deveríamos poder depositar a nossa confiança. Tudo consiste em objetivos vagos e mudanças adiadas, quando não temos tempo. Ninguém está a fazer o suficiente, ninguém nos vem salvar. Temos de ser NÓS a fazer alguma coisa.
Ocupamos porque não nos conformamos e porque não vamos ser ignorados. E ocupamos a nossa escola, o Liceu Camões. O porquê torna-se óbvio para qualquer pessoa que conheça a nossa escola. Reconhecido pela sua presença histórica, este liceu foi desde sempre sítio de mudança, resistência e luta pela liberdade. O Camões é sem dúvida o liceu mais acolhedor da nossa cidade, mais colorido, mais vivo e mais inspirador. É uma escola realmente preocupada com o crescimento e consciencialização política e social dos seus alunos, preocupado em formar boas pessoas e não pessoas com boas notas. O legado deste lugar, a dignidade que enraizou nas suas paredes deve ser respondida e valorizada, e deve ser perpetuada por nós.
E nós, enquanto camonianos, é o nosso dever mudarmos este sistema que todos os dias aqui desafiamos. Tomarmos as rédeas dos nossos futuros e lutarmos ativamente pelos nossos valores. Se não nós, quem será? Somos estudantes com voz, num sítio onde nos dão espaço para falar. Sempre tivemos uma AE forte e com peso decisivo, portanto não haverá lugar mais indicado para reacender o movimento estudantil da nossa geração. É nossa responsabilidade enquanto pessoas atentas e conscientes, de espírito revolucionário, indomável e insubmisso, responder à emergência climática com ações decisivas. Enquanto estudantes do secundário, à beira de um futuro, é nosso dever assegurar-nos que este existe. Lutemos pela nossa vida, façamos história. Façamos história e não deixemos que ela passe por nós.
“Aqui se escreverão novas histórias”.