Estou com as estudantes que estão a ser julgadas como criminosas por lutarem pelo seu futuro e pelo futuro de todas nós.
Tendo estado presente naquela noite, fiquei completamente chocada quando percebi que o diretor de uma faculdade tinha decidido chamar uma força policial para retirar estudantes que estavam em protesto pacífico contra os fósseis. Retirar os estudantes do seu próprio espaço de ensino e luta.
O mesmo diretor que se recusou a aceitar a veracidade da crise climática, bem como a prestar qualquer declaração quanto a esta, citando limites que admitiu serem auto-impostos.
Não podemos continuar a agir com esta apatia e distanciamento em relação a esta crise.
Deviamos estar todos a agir, deviamos estar todos a ocupar.
Estamos sem tempo para ignorar esta emergência, como faz o diretor da FLUL e o governo.
As instituições falharam-nos. Deviamos ter um futuro assegurado, mas não nos podemos dar ao luxo de assumir que o vamos ter. E quando as alunas tentam fazer algo em relação a isto, fazer o trabalho que já devia ter sido feito, somos acusadas de cometer um crime.
Estas estudantes estão a agir pelo respeito da lei de bases do clima, da nossa constituição e do direito internacional público do ambiente.
A sua condenação seria uma vergonha para o sistema jurídico português.
Lutar pelo clima não é crime.
Estou convosco agora e até ao fim dos fósseis.
Não estão sozinhas.