Somos a faculdade das Humanidades – da História, da Filosofia, da Literatura e da Arte – e é esperado de nós olhar para o mundo e refletir sobre ele com as ferramentas que nos são dadas. Aprendemos com quem estudou antes de nós, com quem se sentou nas mesmas salas e que talvez até tenha feito as mesmas questões. Pessoas que, como nós, entraram na faculdade há procura de algo que lhes pudesse dar um futuro melhor do que aquele que lhes ofereceram à partida. Sabemos também que esse futuro tem de ser construído agora, no presente.
Entre crises financeiras e democracias intermitentes, surgem heróis em noites de nevoeiro, que trazem promessas de um mundo diferente. Mas será que o querem? Será que querem fazer a travessia necessária para chegar lá? Neste momento, o nosso governo não está a mostrar sinais de querer construir um futuro justo. Cabe-nos a nós, estudantes, reivindicar o futuro que queremos! O conforto de achar que tudo está fora do nosso alcance é embriagante. É preciso termos força para nos arrancarmos da inércia, olharmos ao espelho e dizermos “Acorda!”. Não podemos continuar apáticos em relação à maior crise das nossas vidas – escrever ensaios não é suficiente, é necessário agir!
Não há futuro num planeta morto. As consequências da Crise Climática estão à vista de todes: ondas de calor cada vez mais extremas, agravamento dos incêndios florestais e rurais, seca e a consequente escassez de água que prejudica a agricultura e pode aumentar a insegurança alimentar, entre tantos outros sinais. É tempo dos estudantes voltarem a juntar-se para dizer NÃO! Acreditamos que a Universidade deve voltar a ser um espaço de discussão e de debate e de uma verdadeira construção de futuro. Inspiramo-nos naqueles que fizeram a luta estudantil antes de nós e relembramos a sua coragem e resistência.
A partir de 7 de Novembro vamos ocupar a Faculdade de Letras para relembrar que, enquanto estudantes, temos o direito – e o dever – de lutar pelo futuro, usando os nossos próprios espaços educativos para nos fazermos ouvir e garantirmos que, desta vez, a sociedade e o governo não nos podem ignorar.