Os/as educadores/as e investigadores/as que decidiram apoiar publicamente a Greve Climática Estudantil acreditam que os estudantes não devem continuar sozinhos a lutar na linha da frente para travar a crise climática. A sua coragem e determinação levaram-os a ocupar e fechar escolas, a fazer greves, a criar espaços de debate, entre outras ações. Estes jovens sabem pelo que lutam e sabem que o tempo para reverter a catástrofe climática na qual nos encontramos é limitado.

Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas), 2030 é o prazo limite para reduzir para metade as emissões de gases de efeito estufa globais e evitar uma catástrofe climática. O dióxido de carbono (CO₂) proveniente da queima de combustíveis fósseis é responsável por cerca de 75% dessas emissões a nível global. Torna-se, portanto, urgente diminuir drasticamente o uso desses combustíveis e repensar coletivamente sobre os nossos estilos de vida e o lugar das nossas comunidades na busca de um futuro mais justo.

Desde 2018, os/as jovens envolvidos/as na Greve Climática Estudantil lutam para inverter os graves impactos sociais como resultado da intensificação das alterações climáticas, recebendo em troca medidas governamentais que reprimem esta luta (p.ex. a tendência crescente de policiamento) e investem em políticas totalmente contrárias às necessárias para realizar uma transição energética justa. Esta transição é complexa e exige pensar em todos os setores, desde a saúde, a educação, a habitação, a florestação, a mineração, até à atual gestão militar internacional. Os professores não são alheios a estas dinâmicas extrativistas e desiguais que impactam o dia a dia de todos. Estes assuntos devem ser discutidos nos espaços de sala de aula, junto dos estudantes e da comunidade escolar.

A nossa responsabilidade enquanto educadoras/es e investigadoras/es, incitadoras de pensamento crítico e do conhecimento científico, tem de ser posta em ação. Temos também de nos juntar a esta luta, apoiar e proteger os/as nossos/as alunos/as, utilizando todos os meios disponíveis para acabar com a destruição do único planeta que temos para viver. É preciso repensar e reformular a Escola no contexto de uma catástrofe ecológica à escala planetária.

Apelamos a que os/as educadores/as se juntem às mobilizações iniciadas pelos estudantes e que tomem ainda, coletivamente, iniciativas próprias, usando o seu poder de influência nas escolas, junto aos sindicatos e ao Ministério da Educação. Apelamos a que usem todos os meios ao seu dispor para exigir que estas instituições se tornem agentes de mudança e de pressão ao governo de Portugal, com vista à adoção de medidas efetivas de descarbonização.

Apelamos a que os/as educadores/as, na semana de 17 a 22 de novembro, abordem, nas suas aulas e em atividades extracurriculares, a catástrofe climática e ecológica em curso e a necessária transição justa para um sistema terrestre que funcione nos limites planetários. Professores em escolas onde os alunos não estejam mobilizados podem e devem, por exemplo, articular-se com as escolas aderentes, realizando visitas de estudo, participação em atividades, conferências e debates organizados neste âmbito. No caso das escolas que se encontram geograficamente mais longe, a participação pode e deve ocorrer de forma remota.

Apelamos a que os/as diretores/as de turma aceitem a participação no protesto como justificação das faltas aos/às alunos/as envolvidos na mobilização de 17 a 22 de novembro.

Sabemos que a catástrofe climática pode ser revertida e que a transição energética está ao nosso alcance. Por isso, se o governo não apresentar um plano para garantir o Fim ao Fóssil até dia 22 de novembro, apelamos a que os/as educadores/as e investigadores/as se organizem. Queremos deixar claro que não somos cúmplices da condenação a um mundo em chamas e que o futuro dos jovens e a vida de todos nós não está à venda.

Apelo – Participa na Marcha de 22 de Novembro

Apelamos a que os/as educadores/as e investigadores/as se organizem para a participação em bloco na manifestação “O Nosso Futuro Não Está à Venda”, nesse mesmo dia, que irá marchar até à Assembleia da República (ou, caso não sejam de Lisboa, que se organizem junto dos seus centros urbanos), com faixas e cartazes que identifiquem suas reivindicações.

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