Este verão bateram-se recordes. A maior área ardida de sempre em Portugal e na Europa. Milhares de mortos devido ao calor extremo e o maior incêndio de sempre em Portugal. Tempestades e cheias mortíferas, como em Cabo Verde são o novo normal pelo mundo inteiro ,e, se nada fizermos, a realidade de viver num mundo em colapso. Com isto, caminhamos a passos largos para a insegurança alimentar, para a seca, migrações forçadas e para a ameaça permanente da próxima catástrofe que venha ceifar os mais vulneráveis. Estudamos para que futuro?
Enquanto estudantes, vemos à
nossa frente um futuro apocalíptico. A consolidação sem oposição do fascismo prepara-se para selar alegremente a morte de milhões, e nós preparamo-nos para assistir. Para vermos os nossos avós e pais a serem levados por um incêndio ou onda de calor demasiado cedo, enquanto fazemos de tudo por nos mantermos à superfície num mundo onde isso não é possível.
Mas outro mundo é possível. É possível e necessário travar o colapso climático e construir um futuro que valha a pena viver. A carta que entregámos ao governo é prova disso mesmo, de que nós, jovens e estudantes, não vamos desistir de lutar por um futuro – assinada por mais de 1500 estudantes, a carta a exigir que este governo, com mandato até 2029, se comprometa com o fim dos combustíveis fosseis até 2030 em Portugal, avisa que caso este governo nos falhe, mais um vez, não teremos escolha senão paralisar as nossas escolas e universidades em novembro e lutar pelo mundo a que temos direito.
Eles estão a matar-nos e sabem disso. Este governo, cúmplice dum sistema fóssil, está disposto a sacrificar quem for preciso em nome do lucro, e nós, não vamos deixar. Vamos tomar as rédeas e construir um futuro. Nesta encruzilhada perguntamos: Estudar Para Que Futuro? Neste momento decisivo, em que temos cinco anos para mudar tudo, convocamos uma manifestação com este mote, porque nos recusamos a aceitar que vendam o nosso futuro. Só o Fim ao Fóssil até 2030 em Portugal nos garante que travamos o colapso climático e que temos o futuro para o qual estamos a estudar.
No dia 10 de outubro às 11h vamos sair das nossas aulas e marchar da Praça Luís de Camões até à Sede do governo para dizer que o nosso futuro não é negociável. Vamos sair às ruas para mostrar a força dos estudantes e avisar que, caso o governo não se comprometa com o fim dos combustíveis fosseis até 2030, não vamos ter opção senão parar as nossas escolas em novembro e lutar pelo futuro a que temos direito. Apelamos a que todos os jovens e estudantes se juntem a nós na luta pelas nossas vidas.