De 30 de Junho a 4 de Julho, estivemos todas juntas na aldeia da Bajouca para o acampamento de verão da GCE Lisboa, o Clima Summer Fest. Como correu? O que aprendemos? Quais são os próximos passos?
Todas as fotografias são da @viioletasampaio

30 de Junho

Neste dia, demos as boas vindas às cerca de 30 participantes de idades tão variadas como dos 11 aos 23 anos ao terreno da ABAD. Instalámos as nossas tendas no terreno do parque de merendas do Pisão, conhecemos o enorme espaço da Associação Bajouquense para o Desenvolvimento, e às 18h30 sentámo-nos todas juntas para o plenário de abertura do acampamento. Aí, conhecemos os objetivos do acampamento, a política de espaço seguro, as várias equipas a funcionar, e criámos grupos de base – todas as pessoas formaram pequenos grupos de 3 a 5 pessoas que todos os dias tinham uma tarefa reprodutiva diferente para garantir o bom funcionamento do acampamento (ajuda nas refeições, limpeza, etc). Foi também no plenário de abertura que ouvimos também a Fátima, uma das dirigentes da ABAD, a contar-nos a história da associação, bem como a inspiradora história de como as pessoas da Bajouca, aliadas ao movimento por justiça climática, venceram a empresa Australis Oil&Gas contra a prospeção de gás fóssil na aldeia e no país em 2020. Podes conhecer mais sobre essa vitória do movimento pela justiça climática aqui.

Depois do primeiro plenário, jantámos todas juntas e fomos para a festa de abertura, onde ouvimos os Eme&Moxila e os Flor Girino (@florgirino)

1 de Julho

No primeiro dia do acampamento, conhecemo-nos melhor: porque estamos mobilizadas para lutar por justiça climática? O que nos move? Que medos partilhamos? À tarde, tivemos as formações de Ciência Climática e de Capitalismo versus Justiça Climática, onde aprendemos em conjunto não só o que é a crise climática, o seu estado e quais as suas consequências naturais; mas também a ligação entre o sistema capitalista que vivemos e a crise climática que vem não só trazer instabilidade climática, mas também exacerbar injustiças sistémicas já existentes de classe, género, etnia, entre outras. Aprendemos que existe uma alternativa ao capitalismo: o fim do capitalismo não significa o fim do mundo, e ainda há esperança para conseguirmos ficar abaixo da barreira de segurança de 1.5ºC de aquecimento global, garantindo um planeta e futuro habitável bem como transformando o sistema para desmantelar injustiças estruturais. Para isso, é preciso lutarmos em conjunto e libertarmo-nos da ideia de que os hábitos individuais vão mudar o mundo.

2 de Julho

Depois de termos passado o dia anterior a aprender sobre o que é a crise climática e porque é que estamos nela, o dia 2 de Julho foi passado a explorar ferramentas de organização ativista, utilizando a próxima greve climática global de 15 de Setembro como um estudo de caso. Aprendemos conceitos básicos de ativismo, mexemos com algumas ferramentas básicas como a Action Star e aprendemos quais as componentes de uma boa narrativa – tudo bases necessárias para, no final do acampamento, sentirmo-nos capacitadas para montar ações como a greve climática de 15 de setembro.

Neste dia tivemos também um workshop de olaria, com barro da região de Leiria.

3 de Julho

No penúltimo dia do acampamento, explorámos como é que cada uma de nós, com as suas qualidades, capacidades e interesses, pode contribuir para o movimento estudantil por justiça climática – todas nós temos um papel a desempenhar!
À tarde, facilitámos workshops para aprender sobre ações artivistas criativas e sobre comunicação de ação. Por fim, na última sessão, fizemos uma conversa sobre eco-ansiedade: como lidar, e que ferramentas coletivas temos para nos apoiar?
Por fim, tivemos a festa de fecho do Clima Summer Fest onde tocou o Grupo de Concertinas e Cavaquinhos da Bajouca – a festa foi garantida!

4 de Julho

No último dia, desmontámos as tendas e fomos para o plenário final do acampamento. Lá, todas as pessoas foram convidadas a juntarem-se à Greve Climática Estudantil Lisboa, a participarem nas reuniões do coletivo e a envolverem-se na construção da greve global de 15 de Setembro. Também queres envolver-te? Envia um email para mail@greveclimaticalisboa.pt para te enviarmos os detalhes e localização das nossas reuniões – são abertas a estudantes que queiram lutar por justiça climática, portanto traz amig@s! 🙂

Comentários

No comments yet. Why don’t you start the discussion?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *